segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

AVENTURA NO FORUM SOCIAL MUNDIAL


O Fórum Social Mundial será realizado de 06 a 11 de fevereiro em Dacar, o ex-presidente Lula, é esperado como a maior estrela do evento.
No evento haverá participações de movimentos sociais brasileiros e internacionais, e falando em FSM lembro com muita saudade do que um dia participei em 2005 em Porto Alegre RS.
O sonho de todo sociólogo, ou profissionais de áreas afins é participar do fórum social mundial FSM. É impressionante a grandiosidade do evento. A todo o momento ocorrem atividades, debates, mesas redondas, seminários, congressos, passeatas, atividades culturais. Todo evento dura em torno de uma semana.
Mas a nossa aventura com destino ao FSM durou quinze dias, vou contar por que.
Tudo iniciou num domingo seguimos eu e Luiciélio meu amigo. Ele já tinha passagem confirmada, eu ainda iria arriscar a desistência de alguém para poder me encaixar no ônibus. Mas deu tudo certo alguém havia quebrado a perna e consegui passagem.
O ônibus era do SINPERE, Sindicato dos Profissionais em Educação do Recife. Um dia, dois dias, três dias, o ônibus começa a dar problemas técnicos, stress dos passageiros, qualquer coisa, música, cheiro, risada extravagante, conversa coletiva era sinal de mal estar, confusão.
Após percorridos os estados do Nordeste, atravessado Minas Gerias chegamos em São Paulo, muita chuva, o motorista se perde temos que retornar, rodamos Sampa um dia perdido, mas stress, principio de rumores de desistência, de voltar para Pernambuco e adiar o sonho mas seguimos sempre a frente.
Nos caminhos da região sudeste, todos sonhando com o sul, dias, noites madrugadas, muita chuva por onde passamos, uma carreta virada obstruindo os dois lados da pista, uma enorme fila de veículo se formando. E as pessoas do entorno saqueado a carga de farinha de trigo, e eu lá meu primeiro saque na vida, lembrando que saquear não é roubar, Doei os 50kg de farina de trigo ao MST.
A pista só foi liberada de manhã após os bombeiros chegarem e começarem os trabalhos de liberação.
Descobrimos um bar, uma dessas casas que abrem suas portas para os caminhoneiros, tomamos cervejas, vinhos, foi uma aventura num lugar do além que tenho certeza que nunca mais voltarei lá, mas as lembranças daquele inusitado momento ficarão para o resto da minha vida.
Seguimos para o RS, continuamos a viagem, de manhã entramos em Curitiba, e no caminho mais um grande obstáculo. A três quilômetros de cruzarmos a ponte de entrada em Curitiba, vimos os policiais sinalizando no encostamento e pedindo para voltarmos, pois a ponte havia sido levada pelas águas da chuva. Era madrugada, e definitivamente o coletivo se reuniu no maio da madrugada, num frio tremendo, para pensarmos seriamente em desistir e ir ao FSM.
O interesse de todos era ter chegado lá na quarta-feira para presenciarmos da abertura, pois a estrela maior do evento seria Hugo Chaves, e a sua palestra seria nesse momento, mas literalmente não daria para chegar a tempo, pois teríamos de retornar novamente por São Paulo, para pegarmos um atalho.
Foi um desgaste muito grande, o nível e stress era grande, levamos apenas 200 reais e o dinheiro estava acabando sem sequer chegarmos ao evento.
Depois de muito ouvir, a favor e contra a volta o retorno a Pernambuco, muitos depoimentos emocionados, definitivamente seguimos a Porto Alegre. Muita estrada pela frente, o corpo já pesava, a posição dentro do ônibus era sempre a mesma, os joelhos já sentiam, o sono acumulado também. Finalmente na noite de quinta feira chegamos a tão sonhada rota.Ficamos no acampamento da juventude.
Vimos de longe a bandeira de Pernambuco, e fomos nos acomodando por ali, der repente fomos nos entrosando, e vi um colega da UFRPE, que estava ali e fazia sociologia também, foi nessa situação que Rildo se tornou o meu grande amigo, até hoje mantemos uma relação de amizade. Além dele, Pedro e Adonias.
O FSM me trouxe muita experiência em movimentos sociais, muita informação que só dentro da universidade não é possível adquirir. Essa aventura foi encerrada no domingo quando retornamos, dessa vez de forma mais tranqüila, houve stress, mas sem a dose de ansiedade, como foi a ida. Chegamos a Recife na sexta feira e no sábado fomos brindados pelo galo da madrugada, por isso eu sempre digo todo sociólogo merece participar de um Fórum Social Mundial na vida.

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